Mosteiro de São João de Tarouca
Mosteiro masculino da Ordem de Cister: a sua construção iniciou-se em 1154, impondo-se como a primeira edificação cisterciense em território português. Com a sua fundação intimamente ligada à fundação da nacionalidade e à figura de D. Afonso Henriques, o complexo monástico foi largamente ampliado no século XVII e XVIII com a construção de novos edifícios, de entre os quais se destaca um novo e colossal dormitório.
Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, a igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública, sendo os seus edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX. Tendo a sua igreja sido classificada como Monumento Nacional em 1956, sendo esta proteção estendida a todo o conjunto em 1978, em 1996 o Estado Português iniciou a gradual aquisição de toda a área monástica, sendo a igreja sujeita a um completo restauro entre 1998 e 2010, e as dependências monásticas a uma exaustiva escavação arqueológica entre 1998 e 2007, tendo a sua musealização ficado concluída em 2013.
A Casa da Tulha, antigo celeiro monástico, acolhe o Centro Interpretativo do sítio.
Igreja Monumento Nacional pelo Decreto n.º 40 684, DG, I Série, n.º 146, de 13-07-1956
Conjunto monástico Monumento Nacional pelo Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978
Zona Especial de Proteção pela Portaria n.º 189/99, DR, II Série, n.º 56, de 8-03-1999
Mosteiro de Santa Maria de Salzedas
Mosteiro masculino da Ordem de Cister: a sua construção iniciou-se em 1168. Com a sua fundação intimamente ligada à figura de Teresa Afonso, esposa de Egas Moniz, o complexo monástico foi largamente ampliado no século XVII e XVIII, destacando-se um novo e monumental claustro no século XVIII, com traço do arquiteto maltês Carlos Gimach.
Contando no seu espólio com trabalhos de alguns dos maiores nomes da pintura em Portugal, como Vasco Fernandes (Grão Vasco), Bento Coelho da Silveira ou Pascoal Parente, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal em 1834, a igreja foi convertida em igreja paroquial e parte das dependências monásticas vendidas a privados.
Classificado Monumento Nacional em 1997, em 2002, ao abrigo de protocolo com a Diocese de Lamego, o Estado Português iniciou o progressivo restauro dos edifícios e espólio, possibilitando a sua abertura ao público em outubro de 2011.
Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978
Reclassificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997
Ampliação da classificação e atribuição de Zona Especial de Proteção pelo Decreto n.º 31-I/2012, DR, I Série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012
Zona Especial de Proteção pela Portaria n.º 291/2014, DR, II Série, n.º 83, de 30-04-2014
Convento de Santo António de Ferreirim
Integrando uma anterior torre fortificada possivelmente datada de século XIV, a fundação deste convento masculino franciscano inicia-se com a doação, em 1525, dos terrenos circundantes, por D. Francisco Coutinho, Conde de Marialva. De traça manuelina, da qual sobrevive o pórtico da igreja, há ainda a assinalar a construção do claustro, entretanto desaparecido, correspondente à primeira metade do século XVI, período de construção da igreja e do complexo conventual.
No que concerne ao seu espólio, destacam-se as oito tábuas pintadas em 1533-1534 pelos denominados “Mestres de Ferreirim”, parceria desvendada mais tarde por documentação encontrada por Virgílio Correia e que revelou os nomes de Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes como os autores das pinturas.
Extinto em 1834, tendo a sua igreja sido convertida em igreja paroquial, as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública e parcialmente desmanteladas ou caídas em ruína. Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1944, em 2001-2005 a igreja e seu recheio foram sujeitos a restauro integral, tendo ainda sido instalado o Centro Interpretativo do convento.
Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 33 587, DG, I Série, n.º 63, de 27-03-1944
Ponte Fortificada de Ucanha
A mais conhecida passagem do rio Varosa é a ponte de Ucanha, provavelmente edificada durante os séculos XIV-XV, substituindo uma outra de filiação romana. A torre que lhe está adossada foi construída em 1465 por iniciativa do abade do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, D. Fernando, marcando a entrada no couto monástico e servindo como depósito do pagamento da portagem que os viandantes aqui entregavam para a transporem.
Por ordem deste abade foi erigido em 1472 um hospital nas proximidades da ponte, para auxílio dos pobres e viajantes, possivelmente no local onde hoje se mantém uma porta de cariz medieval.
Aqui passava a estrada, já desde a época romana, que de Lamego se dirigia para o interior, passando por Moimenta da Beira e Trancoso, podendo-se ainda hoje observar alguns troços de calçada bem conservados. Inevitavelmente, também aqui parte um caminho em direção ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas.
A Ponte Fortificada de Ucanha integra o projeto Vale do Varosa desde abril de 2014.
Monumento Nacional pelo Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910
Capela São Pedro de Balsemão
A Capela de São Pedro de Balsemão encontra-se perfeitamente encaixada numa pequena planície junto às margens do rio Balsemão, afluente da margem esquerda do rio Varosa. Embora esteja hoje integrada num solar seiscentista, guarda no seu interior singulares testemunhos do séc. X, nomeadamente técnicas construtivas da arquitetura moçárabe ibérica, constituindo um dos raros exemplos em território português.
Alguns autores afirmam a sua antiguidade Visigótica, embora estudos mais recentes apontem uma cronologia próxima da época da Reconquista.
Certa é a presença romana no local, bem visível nas várias pedras inscritas, incluindo aras funerárias, reutilizadas na construção das paredes da capela.
Mais tardio, outro dos elementos marcantes deste pequeno templo é o sarcófago de meados do séc. XIV pertencente a D. Afonso Pires, Bispo do Porto, que aqui fez obras de vulto neste período.
A Capela de São Pedro de Balsemão integra o Projeto Vale do Varosa desde abril de 2014.